quinta-feira, 24 de julho de 2014

Maternidade e Adoção


                 Antes de abordar diretamente o assunto, gostaria de partilhar uma história familiar:  Meu pai foi adotado logo após o parto, em que faleceram a sua mãe  biológica e seu irmão gêmeo...O casal que o adotou seriam seus padrinhos, e já tinham 3 meninas, e sonhavam com um menino... Minha avó inclusive o amamentou, e muitos anos depois me contou a história ( só mudando os personagens) pois jamais soube que eu  já a conhecia...
           Um dos aspectos pouco abordados no câncer, é a possibilidade da infertilidade após o tratamento, tanto nos tipos de câncer que afetam o sistema reprodutivo, quanto em outros tipos onde são realizados os tratamentos convencionais. Essa infertilidade depende muito da idade do paciente além do tipo e duração do tratamento... já  comentei sobre maternidade e preservação de fertilidade nesse post. Digamos que a preservação não foi realizada e a infertilidade não seja apenas uma possibilidade,  mas uma realidade  como para  muitos pacientes; e que ainda há nesse(a) paciente a vontade de ter filhos... para esses casos  há a opção de adoção, porém há muitas pessoas que mesmo sem qualquer problema de esterilidade, tem esse desejo em seu coração,  e algumas mesmo com filhos biológicos , desejam  adotar um ou mais filhos. Em um dos episódios da série "Viver com Fé" a atriz Alexandra Richter fala sobre  a intuição de ser mãe adotiva.. Assista e se emocione com o  trecho do episódio  NESTE LINK.
             Durante o meu tratamento, fui presenteada pelo Espaço cor de rosa, com o livro "Desvelando a Adoção"  da psicóloga Laucia Amerina Santos Neri, em que ela  aborda o assunto e relata qual a postura que deve ser assumida pelos pais ao contar a origem dos filhos adotivos, e inclusive relata alguns dos casos em que acompanhou... Recomendo a leitura para  as  pessoas  que adotaram ou estejam interessadas em adotar uma criança.   Numa das vezes em que fui na clínica para fazer a limpeza do catéter, conheci uma moça que estava radiante de alegria,  pois ia sair dali para uma audiência no Juizado de menores para adotar uma menina , e ela que já tinha um filho, contou que sempre planejou uma família maior... e se via na expressão dela que estava realizando um sonho... Fiquei emocionada com seu relato naquele dia.
              Conheci várias pessoas em  que notei uma certa "resistência" à ideia de adotar ... Eu compreendo que essa aceitação seja parte de um processo... Sei o quanto é difícil e frustrante a expectativa da sociedade e do próprio casal  em ter seus filhos biológicos, a vontade de passar pelos rituais, ver a barriga crescer, escolher o parto, procurar traços familiares... Porém quando não é biologicamente possível, acredito ser menos doloroso aceitar e procurar exercer a paternidade ou maternidade de outras formas... E para auxiliar nessa fase, é interessante procurar algum tipo de terapia para ajudar a lidar com as emoções e recomeçar...
                     Afinal,  amar só faz bem, e adotar é um exercício de amor, em que se constrói um vínculo real com benefício mútuo...
             

    Para saber mais sobre adoção:
1- Portal da Adoção
2- Dez passos para adotar uma criança

3 comentários:

  1. Oi Cíntia!!!!
    Adorei o post de hoje! Acredito que ele será útil pra mim também, pois tenho uma problema e acho que dificilmente engravidarei. =( e não tenho muito tempo, nesse mês completo 38...
    Tenho pensado à respeito da adoção e já até conversei com meu marido (que oscila nesse assunto) suas sugestões me serão muito úteis.
    Muito obrigada por compartilhar!!!
    Bjs

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    1. Olá Cyntia!!! Que bom que gostou!!! Resolvi abordar esse assunto porque já vi vários casos em que as pessoas sofrem tanto, com anos de procedimentos médicos dolorosos e frustrantes e seriam tão mais felizes em considerar a adoção como uma alternativa... e já vi vários casos em que os casais acabam conseguindo engravidar naturalmente até, logo após a adoção...Boa sorte para vocês!!! bjinhos

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    2. Pois é, também acho uma tortura esses tratamentos. A adoção é muito mais simples (dentro do possível) e além disso, ajudamos a encontrar um lar para as crianças que estão à espera.
      Vou providenciar o livro e ler mais à respeito.
      Bjim <3

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