sexta-feira, 26 de junho de 2015

Dois anos da última quimioterapia e mensagem para quem está começando essa jornada....

             Há dois anos, estava realizando a última quimioterapia ! Foi um período em que conheci tantas pessoas, histórias e vivi situações sem as quais nunca seria a pessoa que sou hoje....Sinto gratidão por todas as bênçãos recebidas  ( a maior delas , aí nos meus braços...) e  por cada dificuldade que se transformou em superação....
              Se você ou alguém próximo está começando essa jornada, o que tenho pra dizer é que esse será apenas um capítulo  da sua vida, não se deixe definir por ele ! A vida vai continuar e um dia você vai acordar e dormir sem pensar nisso ! ( acredite!)  .
              Será um período difícil, mas também onde descobrirá uma força que nem imaginava ter, reafirmará as verdadeiras amizades , conhecerá histórias de vida muito mais difíceis, que te farão se sentir abençoado(a) ....e depois de tudo, aprenderá a focar no que realmente importa na vida...Não esqueça que nenhuma tempestade irá durar para sempre....Força , que é só uma fase, e vai passar ....  Não dê mais importância às coisas do que elas merecem , não temos como controlar tudo... Não abandone seus sonhos, faça planos , saia, aproveite a vida na medida do possível,  não fique só em casa... Se dedique as coisas que te fazem bem , e respire! pois como diz a música : "...Quando chover, deixar rolar...Pra receber o sol quando voltar ..." Só existe o fim para quem não percebe o  recomeço!
              
            

quarta-feira, 25 de março de 2015

O Nascimento de Alice e 40 dias na UTI-UCI neonatal ...

    
                   Devido a turbulência dos últimos tempos, ainda não tive tempo para contar sobre o nascimento de Alice e como foi esse período até sua vinda para casa .
                   A gestação estava normal até por volta da 29-30 semanas, quando foi detectado que   estava com Oligodramnia ( baixa de líquido aminiótico ) e que ela estava com restrição de crescimento fetal (RCF), devido ao mal funcionamento da placenta. As artérias que levavam fluxo para a bebê, não estavam conseguindo cumprir seu papel adequadamente. Dai já sabíamos que devido a esse quadro, a gestação teria que ser interrompida antes do tempo... Entrei em repouso e comecei a ter  ter monitoramento semanal, além de tomar corticóides para maturação pulmonar, e assim,  tentaríamos manter o máximo  de tempo possível. 
                  No entanto, na semana seguinte, quando fui fazer o ultrassom com 31 semanas , percebi que a médica estava com lágrimas nos olhos, pois as condições pioraram drasticamente: a artéria umbilical estava em diástole zero, o que significa que o fluxo estava praticamente interrompido. Saí de lá imediatamente para o  consultório do meu médico e em seguida para o hospital, onde fiquei internada para monitoramento por 2 dias, e assim pude tomar a segunda dose de corticóide, e fazer  ultrassom com doppler todos os dias para avaliar a  vascularização.
          No segundo dia, o ultrassonografista perguntou se eu entendia o que estava acontecendo, pois me achou muito calma, pois qualquer outra pessoa estaria em desespero. Respirei fundo e disse: - Olha, já passei por um tratamento oncológico e essa gestação é um milagre,  se tem uma coisa que aprendi é que se desesperar não adianta nada...pois  quando a gente tem uma esperança, temos que nos apegar a ela... Ele desfez a expressão séria, sorriu e disse: -Você está certa! 
         Naquele dia mesmo foi feita a cesariana, e Alice nasceu no dia 05/02/15, com 1,135kg ; 39 cm, e Apgar 9 ( meu orgulho!) não precisou ser entubada, nem de respirador! Nem acreditei que uma prematura tão pequena pudesse nascer gritando tão alto! tão bravinha! As enfermeiras e a pediatra diziam: -Nossa que menina brava!! (risos) 
          Alice foi direto para UTI neonatal , onde permaneceu por 12 dias, e em seguida  foi para UCI neonatal até completar 40 dias e alcançar os 2 kg  quando recebeu a alta pra casa. Ela comemorou 1 mês no hospital:
                 

           
                  Esse período ficará para sempre em minha memória, como mais uma  fase de crescimento pessoal , em que  fiz várias amizades ,  aprendi com várias histórias de vida, e pude conviver  com profissionais enfermeiras e médicos comprometidos e atenciosos com nossos bebês... Por isso só tenho a agradecer, por mais uma vez colocar anjos em nossos caminhos e pela bênção de poder levar nossa princesinha ruiva  pra casa:

                     Algumas pessoas me enviaram questionamento sobre se o que aconteceu com a gestação de Alice se teria haver com o tratamento oncológico, mas não foi encontrada nenhuma  causa...conheci várias amigas que tiveram gestações pós tratamento, e não tiveram nada desse tipo. E na  UTI conheci outras mulheres que tiveram o mesmo tipo de alteração  na gestação  sem qualquer histórico de tratamento de câncer....

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Atualização - Como estamos?!!! 30 semanas de gestação da Alice.


               Olá Pessoal!!!!estamos completando 30 semanas ( sete meses e meio) de gestação, e estou postando algumas fotos da gestação e do chá de bebê:



                                                Nós com 24 semanas!!!

                                           Com 27 semanas- no Chá de Bebê:
Foi apenas uma reunião em casa mesmo com poucos amigos e parentes próximos.
Fiz tudo  pessoalmente , com o maior carinho:

     Estou bem envolvida nos preparativos para chegada da pequena Alice, assim que puder, posto mais novidades!
  




quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Vivendo um milagre a cada dia!


                É com muita alegria que compartilho a nossa bênção!  Conseguimos engravidar naturalmente após o  meu tratamento. Não precisei recorrer aos óvulos congelados e fertilizações. E completamos 21 semanas de um amor que só aumenta ...
                Assim que terminei  todo tratamento, passei por duas revisões, e na última fiz a retirada do cateter e meus médicos permitiram que fizesse um intervalo no tratamento do tamoxífeno para tentar engravidar...Meu oncologista falou sobre novas pesquisas apresentadas em congressos recentes , em casos onde se fizeram pausas no tratamento com o tamoxífeno para poder engravidar. Dai parei por 3 meses antes de tentar e iniciei o ácido fólico, e no primeiro mês  de tentativas, ela  já veio fazer parte de nossas vidas .
               A maternidade sempre foi uma prioridade em  minha vida ( pode-se ver pela quantidade de posts que abordam esse tema)  E  acabei de completar 35 anos, tinha planejado engravidar aos 32 anos, que foi em 2012 quando perdi a outra gestação e descobri o nódulo mamário. Fui para São Paulo fazer o congelamento de óvulos antes do tratamento ( Fiz pelo SUS , no Hospital Pérola Byington) e pedi para meu oncologista incluir no meu protocolo, uma medicação que faz a proteção dos ovários durante a quimioterapia. Mesmo com esses cuidados, sempre me disseram que são medidas que ajudam a preservar a fertilidade, mas não são garantias  que irá ser possível.
             As chances eram pequenas, mas mesmo que fossem uma em um milhão, eu só precisava de uma! e ela chegou!
             Há pouco tempo atrás não imaginava estar vivenciando esse momento, por isso se você está começando ou o meio de sua jornada oncológica , tenha em mente que tudo vai passar, e que milagres acontecem todos os dias, e podem estar ao nosso alcance... Foque na cura e mantenha seus sonhos e planos , pois são eles que te sustentarão nos momentos difíceis.
            E que nunca nos falte fé e  esperança pra continuar !
            Até  breve !


             
 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Pequenas Vitórias diárias-

                           Primeiro Rabo-de-cavalo ! 1 ano e dois meses pós químio!!!



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Maternidade e Adoção


                 Antes de abordar diretamente o assunto, gostaria de partilhar uma história familiar:  Meu pai foi adotado logo após o parto, em que faleceram a sua mãe  biológica e seu irmão gêmeo...O casal que o adotou seriam seus padrinhos, e já tinham 3 meninas, e sonhavam com um menino... Minha avó inclusive o amamentou, e muitos anos depois me contou a história ( só mudando os personagens) pois jamais soube que eu  já a conhecia...
           Um dos aspectos pouco abordados no câncer, é a possibilidade da infertilidade após o tratamento, tanto nos tipos de câncer que afetam o sistema reprodutivo, quanto em outros tipos onde são realizados os tratamentos convencionais. Essa infertilidade depende muito da idade do paciente além do tipo e duração do tratamento... já  comentei sobre maternidade e preservação de fertilidade nesse post. Digamos que a preservação não foi realizada e a infertilidade não seja apenas uma possibilidade,  mas uma realidade  como para  muitos pacientes; e que ainda há nesse(a) paciente a vontade de ter filhos... para esses casos  há a opção de adoção, porém há muitas pessoas que mesmo sem qualquer problema de esterilidade, tem esse desejo em seu coração,  e algumas mesmo com filhos biológicos , desejam  adotar um ou mais filhos. Em um dos episódios da série "Viver com Fé" a atriz Alexandra Richter fala sobre  a intuição de ser mãe adotiva.. Assista e se emocione com o  trecho do episódio  NESTE LINK.
             Durante o meu tratamento, fui presenteada pelo Espaço cor de rosa, com o livro "Desvelando a Adoção"  da psicóloga Laucia Amerina Santos Neri, em que ela  aborda o assunto e relata qual a postura que deve ser assumida pelos pais ao contar a origem dos filhos adotivos, e inclusive relata alguns dos casos em que acompanhou... Recomendo a leitura para  as  pessoas  que adotaram ou estejam interessadas em adotar uma criança.   Numa das vezes em que fui na clínica para fazer a limpeza do catéter, conheci uma moça que estava radiante de alegria,  pois ia sair dali para uma audiência no Juizado de menores para adotar uma menina , e ela que já tinha um filho, contou que sempre planejou uma família maior... e se via na expressão dela que estava realizando um sonho... Fiquei emocionada com seu relato naquele dia.
              Conheci várias pessoas em  que notei uma certa "resistência" à ideia de adotar ... Eu compreendo que essa aceitação seja parte de um processo... Sei o quanto é difícil e frustrante a expectativa da sociedade e do próprio casal  em ter seus filhos biológicos, a vontade de passar pelos rituais, ver a barriga crescer, escolher o parto, procurar traços familiares... Porém quando não é biologicamente possível, acredito ser menos doloroso aceitar e procurar exercer a paternidade ou maternidade de outras formas... E para auxiliar nessa fase, é interessante procurar algum tipo de terapia para ajudar a lidar com as emoções e recomeçar...
                     Afinal,  amar só faz bem, e adotar é um exercício de amor, em que se constrói um vínculo real com benefício mútuo...
             

    Para saber mais sobre adoção:
1- Portal da Adoção
2- Dez passos para adotar uma criança