domingo, 30 de dezembro de 2012

O que aprendi com as músicas dos Beatles...



               No meu aniversário de 15 anos, comprei uma fita cassete ( as novas gerações nem devem conhecer )  com uma coletânea dos Beatles para meu pai, e gostei tanto que  fui conhecer um pouco mais, e virei fã de carteirinha ( participando de fã clube e tudo..rs ) e quando vi já era algo parte de mim, aquelas canções atemporais, inesquecíveis, que  fizeram e fazem parte da minha história...

              Nos perídos de tristeza, sempre sabia que o sol viria ("Here comes the sun"), mesmo após um longo inverno:

"Little darling-                                        "Minha querida
It's been a long cold lonely winter            Tem sido um inverno longo, frio e solitário
Little darling                                            Minha querida,
It feels like years since it's been here         Parece que fazem muitos anos
Here comes the sun                                  desde que ele esteve aqui
Here comes the sun                                  Lá vem o  sol,  Lá vem o sol,
And I say                                                 E eu digo:
It's all right..."                                           que está tudo bem"

               Nos dias em que queremos nos isolar do mundo, "Dear Prudence" nos convida a olhar o céu azul, a sorrir e perceber que somos parte de todo universo...

"Dear Prudence, open up your eyes                   "Querida Prudence, abra seus olhos
Dear Prudence, see the sunny skies                    Querida Prudence , Veja o amanhecer
The wind is low, the birds will sing                      O vento está suave , os pássaros cantarão...
That you are part of everything                           Que você é parte de tudo...
 Dear Prudence ,                                                Querida Prudence,
 won't you open up your eyes?"                           você não abrirá seus olhos?"

            Um dia enquanto estava  na sala de espera num consultório médico, numa das horas de maior angústia, não é que passava um show do Paul Mc Cartney, e a música era "Hey Jude":

"Hey, Jude, don't make it bad                      " Hey Jude, não fique mal
Take a sad song and make it better                Escolha uma canção triste e a faça melhor
Remember, to let her into your heart               Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração
Then you can start, to make it better"             Então você pode começar a fazer melhorar..."
( ...)
"And anytime you feel the pain                       " E sempre que você sentir dor..
Hey Jude, refrain                                              Hey Jude, detenha-se...
Don't carry the world upon your shoulders"      Não carregue o mundo sobre seus ombros"
          
            E para mim, nenhuma reflete tanta sabedoria quanto a bela  "Blackbird":
 
" Blackbird singing in the dead of night,      " Pássaro Negro que canta no cair da noite....
Take these broken wings and learn to fly."    Pegue suas asas quebradas e aprenda a voar..."

 Aprender a voar com as "asas quebradas" é uma grande lição de vida, é aprender a ser feliz  e continuar a viver com os recursos que possuímos nas adversidades...

          A última canção é uma verdadeira oração em forma de música..."Let it Be"....na versão do musical  "Across the Universe" ( o melhor de todos os tempos, ever... :-)

"When I find myself in times of trouble       "Quando me encontro em tempos difíceis
Mother Mary comes to me                         Mãe Maria vem a mim
Speaking words of wisdom:                        Dizendo palavras de sabedoria:
Let it be                                                      Deixe estar..."

And in my hour of darkness                      "E nas minhas horas de escuridão
She is standing right in front of me              Ela está em pé na minha frente
Speaking words of wisdom:                       Dizendo palavras de sabedoria:
Let it be"                                                   Deixe estar..."


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Biografia "Giane" e a estória de "Camila"...


       Apesar de não ser a maior estusiasta por  novelas ( prefiro as séries), no ano de 2000, eu tinha 20 anos, a mesma idade na época da personagem "Camila" (Carolina Diekmann) da novela "Laços de Família", que interpretava um dos papéis mais impactantes que já havia visto: O de uma jovem heroína, que acabava de encontrar o amor de sua vida, casar e descobrir uma gravidez, e que de repente,  por um golpe duro do destino, praticamente ao mesmo tempo, perde o bebê e descobre um câncer.
     Na mesma novela,  o ator Reynaldo Gianecchini estreava na tv, e nem imaginava, que protagonizaria uma história real de superação contra o câncer. (na mesma época, eu também  nunca imaginaria viver o drama real de "Camila") . E em sua biografia, encontramos muitas histórias de sua vida, além de  muitas passagens que aconteceram nos bastidores da fama , e que  nem  imaginamos...
      Em uma delas, há o relato  emocionante que na época da novela, o autor ( Manoel Carlos) estava determinado que a personagem Camila não conseguiria sobreviver ao transplante de medula. No entanto, um dia quando estava  entrando  no prédio onde mora, foi abordado por uma senhora com uma garotinha, e ela contou que era sua neta, que também estava com leucemia, e tinha certeza que se a Camila se curasse, ela se curaria também.
      Ao ler os relatos dessas passagens, percemos que realmente há uma coerência e uma interligação entre os fatos da vida que muitas vezes  transcende  o nosso entendimento.
     E a postura adotada por ele, no momento mais difícil de sua vida, em acreditar piamente em sua recuperação, é uma inspiração para todos que passam por situações semelhantes.
     Até hoje tenho guardada na memória a cena mais emblemática da novela, em que Camila tem seus cabelos cortados, e que pela  descrição do livro, nesse momento a  atriz foi  firme e forte , até desmoronar ao  ver o choro inconsolável de  seu colega Gianecchini , que acompanhava a cena nos bastidores....

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O ínicio - Vivendo um dia de cada vez...




          A necessidade de criar um novo blog,  veio após alguns golpes do destino, que me fizeram mudar a forma de ver e viver a vida. Senti vontade de expressar meus pensamentos, para ajudar a organizar todos esses sentimentos em ebulição, em busca de serenidade e superação. Mas acima de tudo, criei esse blog para falar sobre VIDA.
          Há pouco mais de dois meses estava vivendo o maior amor que senti até hoje, que crescia dentro da minha barriga e me apresentou a esse sentimento materno sublime, que até então eu desconhecia....
 mas  veio somente para cumprir sua missão, que era me levar ao médico para que descobrisse que algo de errado acontecia.
          E resumindo toda história  clínica complicada , de difícil diagnóstico, foi constatado que  eu tinha um câncer de mama em estágio inicial. Sim, câncer. Essa palavra assusta qualquer um.  E como profissional da área de saúde, sabia todas as implicações disso, e  não poderia ser diferente,  foi um choque.
        Quando recebemos um diagnóstico assim, a primeira atitude é negar, como isso pode estar acontecendo comigo? sou muito nova ainda, sem histórico familiar, tenho trabalho, ainda quero ter filhos,  como assim, vou ter que largar tudo para viver em função do câncer?
         Tive que contar para  família, para os amigos mais próximos. Todos ficaram muito chocados. alguns até hoje ainda não conseguiram  entrar em contato. Eu entendo.
         A dor muitas vezes é inevitável. Mas quanto mais perdemos tempo questionando, menos temos paz de espírito. Aos poucos ela  vai se acalmando,  se tornando suportável, e foi aí que decidi viver um dia de cada vez, comemorando as pequenas vitórias, pois somos felizes a medida que somos gratos , e sou muito  grata pelas escolhas que fiz na vida e pelas pessoas que fazem parte dela.
        E para que levarmos tudo tão a sério... afinal ninguém sairá vivo daqui mesmo... :-)
        E já que o mundo não acabou...bora tocar a vida da melhor forma possível...
       
“A vida é assim: a gente escolhe um caminho na esperança de que ele vá nos conduzir a um lugar de alegria. Tolos, pensamos que a alegria está ao final do caminho. E caminhamos distraídos, sem prestar atenção. Afinal de contas, caminho é só caminho, passagem, não é o ponto de chegada. Com frequência, a gente não chega lá, porque morre antes. Mas há uns poucos que chegam ao lugar sonhado – só para descobrir que a alegria não mora lá. Caminharam sem compreender que a alegria não se encontra ao final, mas às margens do caminho.”
( Rubem Alves – Livro: Variações sobre o prazer)